06 abril 2006

PS - Já temos um par conto/ilustração

O primeiro. A história da Carla Isidoro, "Nada nunca é demais" vai ser ilustrada pelo
Angel de Franganillo, que tem, a propósito um site fantástico e muito boa onda. Espreitem.

ILUSTRADORES DE TODO O MUNDO (que percebam português)

1000 folhas choco-framb










Após vários meses a receber Histórias da Vida Real em A4 através da rubrica «Da mão pra boca» (Rádio Oxigénio, toda a sexta-feira, entre as 9.30h e as 10.00h), e depois a "tertuliar" no Café Mistério (Av. Praia da Vitória, 35, ao Saldanha, 12-13 h, decidimos compilar em livro algumas das melhores histórias enviadas pelos ouvintes/leitores.
Contos não ficcionais hilariantes,comoventes,poéticos,cinematográficos,subversivos a provarem que a realidade dá boa literatura. Podem ler alguns em para ficarem com uma ideia da coisa...
Neste livro, cada história será acompanhada pela interpretação de um ilustrador juntando-se assim, num só livro, o trabalho criativo de alguns dos melhores ilustradores a nível nacional e internacional, VOCÊS!!!

Lançamos então o repto a todos os ilustradores interessados nesta joint venture. Enviem-nos uma amostra do vosso portfolio, nome e contacto, e preparem-se para embarcar no projecto "Da mão pra boca".

O livro contará ainda com um CD brinde (como o bolo rei) em forma de programa de rádio com História e histórias que confluiram para a génese desta já pequena epopeia literário-pastelícia (os tais mil folhas...)
Em suma, um livro mostruário dos talentos, anónimos ou não, que partilham cumplicidades e referências, de forma apaixonada, bem-humorada e despretensiosa. Como ninguém anda nisto para ganhar dinheiro (é pla Arte!), as receitas reverterão para a Casa do Artista/APOIARTE(Fundação que acolhe artistas reformados), sendo que uma jantarada, ou pelo menos uma vernissage, ou uma pequena orgia de mil-folhas e chamuças, vá lá, esteja nos nossos planos.


Contactos:bernardo@oxigenio.fm/rui.portulez@oxigenio.fm

05 abril 2006

Xposição Mário Viegas (e como extra há uma entrevista)




A poesia era oxigénio que ele respirava (in Publico)






«Exposição em Lisboa homenageia Mário Viegas

Obras originais de Mário Viegas, algumas manuscritas ou dactilografadas, são pela primeira vez apresentadas ao público, numa mostra que procura homenagear o actor, encenador e declamador que morreu há dez anos.



A exposição que estará patente na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), em Lisboa, é constituída por fotografias do actor, de cena, em ensaios ou de promoção, e que foi apresentada no Museu Nacional do Teatro em 2001, além dos textos de sua autoria.
«Estes textos foram depositados na SPA por Mário Viegas e são agora mostrados ao público pela primeira vez, juntamente com o espólio fotográfico que constituiu a exposição levada a cabo pelo Museu do Teatro», disse à Lusa fonte da sociedade.

Mário Viegas foi um dos fundadores da Companhia Teatral do Chiado, Lisboa, tendo-se popularizado através da televisão em programas de divulgação de poesia.

Segundo fonte da SPA «esta mostra reflecte a diversidade e a criatividade de um percurso artístico único e prematuramente interrompido».

Além de actor e declamador, a exposição procura apresentar a faceta de Mário Viegas como autor e sócio da SPA.

Mário Viegas morreu a 01 de Abril 1996 aos 47 anos, foi também um dos fundadores do Novo Grupo e do Grupo 4, tendo-se distinguido pela divulgação da poesia e das principais dramaturgias contemporâneas.

A Casa da Imprensa distinguiu-o com dois galardões e a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro premiou-o quatro vezes.

Recebeu ainda o Prémio Garrett, o Prémio de Honra do Festival de Teatro de Sitges e o Prémio de Melhor Actor no Festival Europeu de Cinema da Corunha (ambos em Espanha).

Em 1993, a Câmara Municipal de Santarém atribuiu-lhe a Medalha de Mérito e, em 1994, tornou-se comendador da Ordem do Infante D.Henrique.

Sobre si escreveu José Saramago: «Pouca gente em Portugal tem valido tanto».

(in Diário Digital / Lusa)

Palavras Ditas


"Mário Viegas – Discografia completa

Dez anos da morte de Mário Viegas

O PÚBLICO assinala os dez anos da morte de Mário Viegas, actor e “dizedor de poesia”, com uma colecção inédita de 12 livros, com oferta de CD.

Apenas por mais 8€ com o jornal PÚBLICO

Os volumes de Mário Viegas – Discografia Completa incluem ainda a transcrição dos poemas recitados, histórias das gravações dos discos, críticas da imprensa da época, imagens do espólio do artista cedidas pelo Museu Nacional do Teatro e uma biografia que começa por evocar a sua infância e adolescência em Santarém e, mais tarde, aborda a sua carreira profissional. O primeiro volume Palavras Ditas já está disponível. Por apenas mais 8 euros, com o PÚBLICO"

Sem espinhas nem sementes


Os Up Bustle And Out lançaram o seu 7º álbum de originais, e já têm o 8º pronto e embalado para avançar. Mas por enquanto, é “City Breakers (18 frames per second)”, o 7º, o foco de atenção. Inteiramente merecida. O projecto de Rupert Mould, aka Señor Rudy, continua a crescer e a transformar-se ao sabor do vento que enfuna as páginas do diário de viagem mapa de aventuras pelo Novo Mundo, deixando para trás a velha e desencantada Europa, na boa tradição do viajante curioso, ávido e espantado, e profissional, do século 19.
Américas (o psicanilista dele tinha razão), com estadias prolongadas em Cuba e Jamaica, certamente a salto, por caminhos de mula, e trilhos zapatistas. Seguir-se-á o México (The Mexican Sessions:Sencillo, sabroso, sonido)
Por agora, é a mestiçagem quem mais ordena, depois da escola e do caldeirão de Bristol, os Up Bustle and Out sulcam as rotas do reggae e dub, usadas como inspiração, método experimental e base operacional, com muito hip-hop e sons latinos, cordas e metais, esticados e bem enrolados, espreguiçando-se ao sol com vista para o mar multicolor, anhando entre as Caraíbas e as ruas de Bristol, de dia, dançando à noite, em golpes de rins e langor, ou vice-versa. Há por aqui o retomar do espírito downtempo narco-cool seminal, e hoje residua,l dos primóridos da Ninja Tune, mas é a diversidade de abordagens, a multiplicidade de sons (de instrumentos a breaks'n'beats, esporádicos found sounds/samples, e o feliz casamento de ritmos, melodias e vozes, com os microfones a vibrarem no soul/rap de MC Blaze e na dub poetry rasta de Ras Jabulani ), regidos por um espírito acutilante, de quem sua a T-shirt do Che e lança achas para a lenta fogueira da revolução, primeiro pessoal, e depois logo se vê...
Há muitas e boas canções, instrumentais e ainda algumas remisturas de bónus, e até a tabla de Nitin Sawhney como isco para as “massas”.
“City Breakers...” é o melhor álbum dos Up Bustle and Out e é bastante bom. Bem avisavam eles em 1994, que “The Breeze Was Mellow (As The Guns Cooled In The Cellar)”...

03 abril 2006

TERTULIA DIGEST 31 MARÇO

1000 folhas morango e côco









Foi um sucesso. Para não variar. Na antecâmera da morte, e antes do desfraldar das cortinas, eis que o tempo passava inexoravelmente anunciando o vazio. 12h15. Ninguém. Para além de nós outros. Bernardo Mendoça supercool recuperava a vermelhidão das faces provocada pelo avistamento de um membro da tertulia infiltrado no balcão do Café Mistério. Era o espírito do "Sai um café, um 1000 folhas, um Dostoievsky...", parecia que tinha visto um fantasma, ainda a semana passada estava desempregado e agora alcondorava-se a um cargo de chefia, viemos a saber depois. Alex, o Marroquino, tá lá! Olhá a actividade maçonica a funcionar...
Nisto, um tipo de de rabo de cavalo, livro e folha a4 debaixo do braço, ar pos hippi intectual, entra. Será? Não será? O instinto disse-me não e, sem prensar duas vezes, deixei ecoar a mensagem interior, ao mesmo tempo que num expressivo movimento corporal entrelaçava as mãos sobre a cabeça. BM olhou-me de viés e suspirou de alívio, quando o "rejeitado" se sentou numa mesa fronteiriça. Imediatamente, a dúvida instalou-se. Será que o tipo vinha tertuliar e desistiu à última da hora? Submetemos a questão a um diálogo animado, e depois de escatológicas e outras especulações chegámos à conclusão de que não, não vinha. Pois paciência. Na linha do horizonte, avistámos o Leonel, membro do núcleo duro da Tertulia SM Lda (Sociedade Maónica)e depois foi um vê se te avias (grande expressão). Chegou o anfitrião Moisés, A Gina (novo elemento), o Pastor e a Carla, e a coisa instalou-se caótica como de costume. Do centro de emprego embarcámos numa excursão a Curaçao, folheando pelo caminho o Y. Contextualizámos o evento, fizemos um balanço de activiades recentes e discorremos sobre a poesia em TLM, terminando o périplo no TOP Ten das violações cinematográficas, a propósito de Oldboy, Irreversível, Fim-de-semana alucinante. Para embotar a violência da coisa, partilhei a minha teoria do bigode de Burt Reynolds, presença e ausência numa carreira cinematográfica ambivalente como não podia deixar de ser (Tese de Mestrado em Barbearia Moderna e depilação Assistida). Claro que houve Mil-Folhas, Café, tráfico de influências e uma boa disposição geral. Não perca, a continuação já seguir, por BM, quisto já está a ficar demasiado extenso e a memória falha.