12 abril 2006

AMSTERDAM KLEZMER BAND


A Amsterdam Klezmer Band foi formada em 1996 e fez-se imediatamente à estrada. Mais concretamente, às ruas, parques públicos e bares, coffe shops e recantos do Red Light District. Em Amsterdão, claro. O grito de guerra foi escolhido de um jacto. Nem podia ser doutra maneira. Nem podia ser outro. “Dançar até cair”, tendo como matéria prima a intersecção e justaposição, simultaneas (uma espécie de funambulismo sonoro) da música klezmer de tradição europeia, com a música cigana e a música dos Balcãs, e claro, o que estiver mais à mão, com sopros, muitos, contrabaixo, acordeão, litros de suor, sangue e nervo.
O terceiro álbum de originais foi lançado na Knitting Factory, o que não querendo dizer tudo já significa alguma coisa de relevante em qualquer curriculo musical. E em 2003, editaram em parceria com a Galata Gypsi Band da Turquia, o que, para quem não saiba, é uma espécie de prova de fogo e definitiva aceitação pela cena genuína, sobretudo para quem, como a AKB, admirador confesso da Kocani Orkester e Taraf de Haidouks.
Depois de 7 álbuns e 2 cassetes, e numa altura em que a música de festas, casamentos e baptizados do eixo judeu-cigano-balcânico soma, segue, adpata-se, transforma-se e evolui, eis que a Amsterdam Klezmer Band se lança no universo multicultural da remistura, e edita este álbum REMIXED, convidando para o efeito alguns agentes provocadores de peso como Shantel, o homem do Bucovina Club e passado trip-hopp-ish, DJ Yuriy Gurzhy do Russendiscko e Stefan Schmid dos Zuco 103. O resultado é eclético e com notas de caril, algum cus cus, refogados vários, destilarias clandestinas, tráfico de referências e incursões bastante interessantes pela costela mais tradicional da música europeia, virada a leste e com vista para o oriente, mas também com inspiração recolhida na América-Latina, secção do tango, dub, funk, breakbeat, hip-hop, etc. O disco é uma boa surpresa, e constante, tais são os ventos que vão levando a música para os sítios mais inesperados, da brisa ao tufão, passando pela corrente de ar, para cruzar com os clássicos e os recentes Balkan Beat Box e quejandos.
A coisa promete, porque a base klezmer-balcanica-cigana está a ser capaz de rasgar horizontes para todo o lado, confirmando de resto o carácter nómada mas aberto ao mundo. E é por aí que reside a diferença.

2 comentários:

apereira disse...

hummm... já almoçcei mas,,, a descrição parece-me bem... caril, cuzcuz (fica mal com o s, eheheh)...tenho ouvir isso.

Bruno, pergunta na Flur....

apereira disse...

hummm... já almoçcei mas,,, a descrição parece-me bem... caril, cuzcuz (fica mal com o s, eheheh)...tenho ouvir isso.

Bruno, pergunta na Flur....